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Desligados e em ponto morto, carros são 'atraídos' e sobem morro em MG


Fenômeno acontece na "Ladeira do Amendoim" em São Tomé das Letras.
Próximo ao local, guia diz que par de pedras funciona como bateria.

Por Tiago Campos
São Tomé das Letras, MG



Seu Tomé desce do jipe para mostrar que veículo sobe sozinho (Foto: Tiago Campos / G1)


Você já pensou em desligar o motor do carro, deixá-lo no ponto morto e vê-lo subir um morro sozinho? O turista que chega a São Tomé das Letras (MG) pode viver essa experiência ao visitar a "Ladeira do Amendoim", uma das atrações turísticas da cidade. Ilusão de ótica ou não, o fato desperta a curiosidade dos visitantes.

Guia há 25 anos, Tomé Cardoso, conhecido como "Seu Tomé", não se cansa de ver a cara de espanto dos turistas. Com o jipe que utiliza no trabalho, ele faz a demonstração e até desce do veículo para provar que não está ligado ou engatado. O mesmo acontece com o corpo de quem anda pelo local. Para ter a sensação de estar sendo puxado, Seu Tomé pede para as pessoas descerem a ladeira andando de costas para posteriormente também subir de costas. Ao soltar o corpo, a impressão é de realmente estar sendo puxado na subida.


Casal do Rio de Janeiro ficou impressionado com os causos de São Tomé das Letras (Foto: Tiago Campos / G1)


O servidor público Carlos Henrique Moreira, do Rio de Janeiro (RJ), já visitou São Tomé das Letras três vezes e levou a esposa Marina Martins para conhecer a cidade. Ela ficou impressionada com a ladeira. "É muito interessante, nunca tinha visto um fenômeno assim. Queria saber como isso acontece", diz Marina.

Contador de causos, Seu Tomé explica o fenômeno. "O magnetismo neste ponto é muito forte. Dizem que aqui é ponto de energia de um dos chakras da terra. Além disso, estamos sobre uma gruta onde falam que está localizado um portal que leva até Machu Picchu, no Peru", conta.

Para complementar a história do portal, Seu Tomé conta a história de Chico Taquara, curandeiro que desapareceu misteriosamente. "Ele simplesmente apareceu do nada na cidade, ninguém sabia de onde ele veio. Depois de um tempo ele desapareceu, sem deixar um rastro. Dizem que ele pegou esse portal, que estava aqui apenas cumprindo missão", afirma. A gruta, que fica em uma área particular onde funciona uma mineradora, está lacrada.


Imagem enviada por físicos dá exemplo de ilusão de ótica: linhas tortas ou retas?


A pedido do G1, os professores do Departamento de Ciências Exatas da Universidade Federal de Lavras (Ufla-MG), José Alberto Nogales Vera e Karen Luz Burgoa Rosso, analisaram as imagens do carro subindo a ladeira. Para eles, pode se tratar de uma ilusão de ótica macroscópica. "O ideal seria ir até o local e levar os instrumentos de pesquisa, mas pelas imagens parece uma ilusão de ótica. Se for isso mesmo, é em nível macroscópico, ou seja, a pessoa que está no local interage com a ilusão", explicam.


Pedras funcionam como uma bateria, com pólos negativo e positivo (Foto: Tiago Campos / G1)


Pedras funcionariam como bateria

Bem em frente à Ladeira do Amendoim, Seu Tomé mostrou duas pedras que, segundo ele, funcionam como uma bateria. "Como em uma bateria, essa pedra acima é o pólo positivo. A pessoa que subir nela vai se sentir mais leve, revigorado. Essa pedra mais abaixo seria o pólo negativo. Em cima dela, o sujeito se sente mais fraco e pesado", conta.

O guia então pede para que os turistas subam nas pedras e abram os braços. Na pedra que "recarrega" as energias, Seu Tomé tenta abaixar o braço do voluntário e usa muita força para fazê-lo. Já na pedra que "drena" energia, o guia consegue abaixar o braço do turista com apenas um dedo. "É impressionante. Em uma pedra você se sente mais leve enquanto na outra senti minhas pernas pesadas assim que subi", relata Moreira.


Seu Tomé mostra 'suposto' efeito das pedras no corpo humano (Foto: Tiago Campos / G1)


Seu Tomé conta que quem descobriu o local foi uma turista que visitou a ladeira. Para achar o ponto energético, ela usou um pêndulo e chegou até o par de pedras. "Tem gente que chega aqui com a bateria do celular ou câmera descarregadas, colocam na pedra positiva e elas recarregam", afirma o guia.
Mas, para os físicos da Ufla, isso não é possível. "Pela nossa análise das pedras, elas não seriam capazes de recarregar baterias. Ainda mais se elas possuem os pólos separados, e não juntos", conclui Karen.







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